Filme "Mary e Max - Uma amizade diferente"

Por dentro da Síndrome de Asperger com "Mary e Max"

 

 

  

 

Para quem deseja aprender um pouco mais sobre a condição do portador da Síndrome de Asperger (um transtorno invasivo do desenvolvimento, quadro do espectro autístico) e ao mesmo tempo usufruir uma produção australiana de altíssima qualidade não pode perder a animação longa-metragem "Mary e Max - Uma amizade diferente".
 
O filme é ambientado entre 1976 e 1998 e conta uma história comovente de amizade cultivada através da troca de cartas entre Mary Dinkle, uma menina solitária de 8 anos que vive num subúrbio de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos que sofre de compulsão alimentar, obesidade grave, síndrome de Asperger, mora em Nova Iorque, é judeu e ateu.


Nos créditos de abertura é afirmado que o filme é baseado numa história real.
 Em entrevista em abril de 2009, o diretor e escritor Elliot esclareceu que o personagem Max foi inspirado num amigo de cartas em Nova Iorque com o qual se corresponde por mais de 20 anos.

Vale o alerta de que, apesar de ser uma animação, "Mary e Max" não se trata de um filme para crianças. A censura é de 12 anos e, apesar de não haver cenas fortes, alguns fatos que ficam sugeridos no filme são bastante tristes (como uma tentativa de suicídio, por exemplo...). 

O filme foca na amizade de Mary e Max, nas cartas que trocam e nas principais dificuldades enfrentadas por cada um no seu dia a dia. Mary tem uma família um tanto desajustada e Max é bastante solitário. A animação mostra com uma didática cristalina e sensibilidade tocante o dia a dia de um portador da síndrome de Asperger, como todos os seus rituais, sua dificuldade em reconhecer e lidar com as emoções dos outros e as suas próprias e os desafios que enfrenta nas relações interpessoais. No entanto, o filme também é capaz de mostrar como é possível, mesmo vivendo em condições tão adversas como Max e Mary, desenvolver habilidades para lidar com as próprias limitações e, acima de tudo, como uma boa amizade pode conferir resiliência para os vinculados através dela.